sábado, 27 de novembro de 2010

Minha criação: brigadeiro e beijinho GIGANTES

Tenho que registrar o bolo que criei para o aniversário da minha filha. Aliás, são os bolos: brigadeiro e beijinho de coco gigantes.
A execução foi da minha mãe, é claro. Boleira de mão cheia, que deixou minha criação uma delícia!
Os convidados deliraram. Ninguém acreditava que aquilo fosse possível. E a curiosidade, então? Era brigadeiro? Era redondo? Foi ótimo e fiquei super orgulhosa da forma como viabilizei aquilo.
Então, vejam só:
Vejam a proporção com os docinhos de verdade

Delícia pura!

domingo, 21 de novembro de 2010

Isabela 9 anos

Assim que a Isabela passou a interagir com o mundo, percebi que ela traria as mais importantes lições para a minha vida.
Passei a entender e a admirar o que mais desprezei durante meus 35 anos sem essa menina: delicadeza, gentileza, feminilidade, ternura, vaidade.
Sabia que muita coisa precisaria mudar em mim e comigo. Mais do que ser paciente, precisava ser doce - o que até hoje é uma tarefa árdua nos meus dias.
A chegada da Isa me fez desejar ser mais delicada, mais menina, mais mulher. Passei a usar salto. É, comprei um sapato com um certo salto, aos 35 anos. Me permiti usar decote, passar um batom, cuidar melhor dos cabelos. Aliás, tudo isso ainda é uma tarefa árdua nos meus dias. Mas, me esforço bastante.
Um grato presente
A Isa é companheira, amiga, fala pelos cotovelos, me questiona e me faz estar atenta a tudo para não dar um fora. Ela fala sozinha, como eu. Tem a resposta na ponta da língua. É a cara do pai, mas tem o jeito da mãe ao se relacionar.
Ela me conta as coisas, fala dos seus sonhos, dos seus pesadelos e até dos seus paquerinhas. Acho isso uma graça e me sinto muito honrada em ser mãe e inspirar a confiança de amiga.
Ah, ela adora ler e escreve deliciosamente. Não tem preguiça e está sempre pronta a ajudar, a fazer o que a gente lhe pede. É a única pessoa de casa que entende, de fato, o que faço. É a única em casa que me lê.
Se o Murilo me deu o norte, a Isabela é o meu guia.
22/11: aniversário de mãe
Amanhã, às 8h05, minha Isa fará 9 anos. Anos vividos com a intensidade de quem deseja aprender e conhecer tudo em tão pouco tempo. 
Amanhã, também faço 9 anos. Tempo em que venho tentando ser um pouco melhor para, quem sabe um dia, ser a sábia mulher que desejo. 

O que não quero mais

Um conjunto de emoções enchem o peito de uma angústia sem fim.
Nasce um dia, chega outro e nada muda nesse sentimento que sufoca.
Dor dentro e fora, ausência em todo o lugar, um vazio dilacerante. 


Preciso gritar, mas ninguém vai ouvir. Preciso chorar a dor da frustração.
Mas, estou tão cansada, tão cansada.


Então, escrevo o grito que não solto, a dor que não choro;
Escrevo a mágoa, a tristeza, a solidão;
Escrevo a frustração;
Escrevo a dor.


Escrevo a dor que não me deixa viver, 
nem amar, nem sentir, nem enxergar.
A dor de não mais ser eu, 
De não ser mais nada.



Preciso gritar, pra ninguém ouvir. Preciso chorar a frustração.
Mas, estou tão cansada, tão cansada.



Minha fé se foi. A esperança não me enche mais os dias.
As conquistas, as vitórias não preenchem um amor solitário.
Acho que é hora de parar de tentar ser o que não quero mais.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Nem tudo são rosas, mas passada a TPM...

A gente consegue enxergar as coisas mais claras. 
Nem os dois partos foram tão doloridos quanto essa redução de mamas. A dor ainda está presente, bem levinha, mas presente, mesmo passados 41 dias. Nunca vi coisa mais chata.
Além de não ter tolerância à dor. Aliás, tolerância não é o meu ponto forte. Tive que sentir dor, com uma dose da indiferença dos homens da casa que até para lavar o próprio copo, olhavam feio.
Mas, aí veio a tosse bem no dia em que tirei os pontos. Uma tosse que nunca tive na minha vida. Resultado: pontos abertos, vários pontos abertos.
Então, à dor e ao pouco caso dos homens da casa, juntou-se uma aflição enorme com o meu machucado, que triplicou de tamanho em dez dias, a tosse, a imobilidade, a indisposição e uma dor de garganta terrível. 
Cheguei a pensar que aquilo não acabaria nunca. Fiquei mais de 30 dias praticamente parada, porque não conseguia trabalhar, porque não dava pra pensar com tanta coisa dolorosa acontecendo junta.
E quando pensei que nada de pior poderia vir, a Sandra, a santa que cuida de mim e dos meus filhos, também adoeceu. E adoeceu de tal forma que nem conseguia sair da cama.
Nesse ponto, achei que enlouqueceria. Nunca me senti tão só, tão desguarnecida. Minha mãe também estava doente, desde antes da cirurgia, e a TPM (que também me deixou doidinha) começava.
Descobri que dor é como fome. Não nos deixa pensar, não nos deixa ter paz.
Mas, quando passa, cai no esquecimento rápido, rápido.
Agora, vejo o quanto toda essa experiência foi interessante. 
Foi minha sogra quem cuidou de mim no hospital e quando cheguei em casa. Foi ela quem fez o mingau de aveia que minha mãe sempre prepara quando estamos doentes. Minha irmã, sempre desligada, desta vez esteve do meu lado em todas as horas em que precisei. Ela até me deu presente: um sutiã super charmoso. Pela primeira vez na vida recebi flores pelo correio. E vieram de novos amigos, de pessoas que eu nem imaginava o quanto me querem bem. Minha filhinha de quase nove anos foi uma heroína me ajudando com os curativos, sem passar mal com a ferida aberta.
E minha cunhada. Ela foi perfeita. Quando percebeu que a coisa não ia bem, largou tudo e cuidou de mim até ter a certeza de que eu estava sarando. Foi uma LINDA! Se não fosse por ela, não sei como as coisas estariam. Atenciosa, generosa. Uma verdadeira amiga. 
Tenho a certeza de que só melhorei por causa desse carinho tão inesperado e dessa atenção das duas que estiveram do meu lado pra me ajudar, aconselhar, apoiar e, principalmente, acalmar.
Espero um dia poder fazer o mesmo que elas fizeram por mim pra alguém que precise como eu. Desejo ter a paciência que nunca tive e o carinho que recebi delas. Depois disso tudo, nem terei a aflição que sempre tive com pessoas machucadas.
Se tudo isso foi para eu aprender uma lição, aprendi várias. Aprendi que a ajuda nunca vem de quem você espera. Aprendi que a família é a maior riqueza que temos. É nela que estão nossos verdadeiros amigos e companheiros. Aprendi que, apesar de as coisas não sairem exatamente como planejamos, tudo se resolve na hora certa, no tempo certo e que um pouco de sofrimento vale a pena pra gente dar ainda mais valor pras pequenas coisas boas que temos do nosso lado.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Chegando ao Final da Obra...

Quando meu terapeuta escreveu: "estamos chegando ao final da obra", me deu um calafrio.
Desde a confirmação da data da cirurgia (uma mamoplastia redutora), para 30 de setembro, passei a pensar em coisas... como se não fosse voltar. Ao mesmo tempo, tinha a certeza de que tudo daria certo.
Na troca de e-mails com ele, me dei conta de que, na verdade, a velha Isabel morreria  para sempre: aquela brutona, sargentão, que brigava por qualquer coisa, impaciente, muitas vezes triste, que andava pesado e dura como se carregasse o mundo nas costas, já estava moribunda há tempos. Só faltava o golpe final para morrer de vez.
Fiquei pensando: será que vou voltar tão diferente assim? Bom, voltei há 6 dias, e passado o período de dor pela cirurgia, posso dizer que já me sinto diferente: mais confiante e mais segura.


O começo do processo
Tudo começou em novembro de 2008, quando uma decepção enorme no meu trabalho me fez repensar o que estava fazendo da minha vida, da minha família e da minha saúde. 
O ano todo já tinha sido muito pesado. Eu tinha perdido o controle sobre a rotina diária dos meus filhos que passaram a estudar no período da manhã (eu nem levava, nem buscava mais na escola).  
Na empresa, tudo havia mudado. Durante anos, deixei minha família de lado pelo trabalho e, ao chegar ao final daquele, descobri que ninguém sabia muito bem o que eu fazia. Um dos mais importantes trabalhos da minha carreira era reconhecido em pesquisa com colaboradores, mas estava totalmente ignorado por uma nova chefia e abafado pelas transformações na empresa e na área em que eu estava. Tudo parecia ter voltado à estaca zero após 9 anos de trabalho. 
Sentia-me desvalorizada. Mas, isso nem era o pior. Sentia-me violentada em minhas ideias, iniciativas e autonomia. Era um novo modelo de trabalho com o qual eu não me sentia à vontade.
Eu sempre amei o lugar e as pessoas com quem trabalhei. Mas, não havia mais espaço para esse tipo de sentimento naquele ambiente. Estar lá na maior parte do meu dia tornou-se um martírio.


A virada
Em janeiro de 2009, iniciei a terapia com um psicólogo que atua em aconselhamento de carreira, coaching e trabalha num modelo de terapia breve. Um profissional fantástico!
Eu queria dar um rumo certo para minha carreira, me livrar das mágoas e trabalhar a frustração   por estar com mais de 40 anos e não ter chegado a lugar nenhum na carreira. 
Combinamos alcançar um resultado em 10 encontros. Como os encontros não eram semanais, o décimo encontro aconteceu no décimo mês. Foi perfeito!
Naquela ocasião, eu tinha duas certezas:
1 - queria sair da empresa em que estava, mas sem trocar uma rotina corporativa por outra. 
2 - queria resgatar minha essência feminina. Deixar de ser tão racional, rude, bruta, dura, para ser amável, paciente, carinhosa, ser mais mãe, mais esposa e companheira.
E nós conseguimos. Deu muito certo! 
Em outubro de 2009, decidi o que fazer da minha carreira, falei sobre isso para uma outra nova chefia e consegui ser demitida, recebendo uma indenização que me manteria por um tempo, caso eu não tivesse nenhum trabalho como profissional independente.
O bom é que desde que deixei o emprego, não parei de trabalhar, e trabalhar em comunicação corporativa, como sempre fiz e sempre gostei, só que do jeito que eu entendo que deva ser: com foco, qualidade e paixão. 


As reformas
Somente a estrutura inicial foi mantida na casa nova
A grande reforma interna aconteceu juntamente com a reforma de uma casa nova, no lugar que sempre desejei morar.
Como estava acontecendo comigo, nessa nova casa tudo seria mudado, só permaneceria a estrutura inicial, a essência.
Uma casa que havia sido mal cuidada, quase destruída ao longo do tempo, começava a tomar uma forma bonita e aconchegante, feita para viver em família. E eu, que também quase me deixei destruir, perdendo a vaidade e ficando amarga e chata, também me tornava melhor, mais doce, tranquila, amável, feita para cuidar da família.
Agora, a casa está em fase final de acabamento. Falta decorar e mantê-la em ordem.
Eu também estou em fase final de acabamento. Minha mente está leve, minha alma feliz. Estou mais calma e tranquila. E meu corpo começa a ser preparado para a decoração. 
A mamoplastia redutora foi o marco dessa transformação. Ela encerrou o processo mais doloroso: o de ruptura com a velha forma. Como a construção da nova casa, vai me ajudar a escrever uma história nova, que começo a rascunhar agora, com objetivos mais claros, foco e disciplina. 
O corpo só um pouco modificado é um bom motivo para me exercitar, comer melhor e buscar uma vida mais saudável. Afinal, tenho outros desafios para que tudo combine: reduzir o abdome fazendo dieta e muito exercício é um deles.
A casa nova é um bom motivo para eu estar em família, ser mais organizada e receber melhor as pessoas que amo tanto. E aqui, o grande desafio será manter tudo em ordem como casa de revista.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Ei, senhores, e o nosso acesso?

Antigo acesso pela rua Mauá.


Havia sinalização adequada para atravessar a pista.

Acreditar, confiar, esperar são ações para quem quer viver melhor e sofrer menos. Mas, quando isso representa ser empurrado com a barriga, ignorado ou negligenciado, tudo muda de figura e o sofrimento pode virar indignação fácil, fácil.

Há cerca de um mês, fui até a prefeitura para falar sobre o fechamento do acesso ao Jardim Vitória, Jardim Boa Vista e Vila Gertrudes, utilizado há décadas, via rua Mauá, na cidade de Caieiras.
Eu e meu marido fomos convidados pelo Sérgio, da FO Marmoraria, que vinha conversando sobre o assunto com outros moradores e comerciantes dos bairros, o Paulo, da Work Center, e o Augusto, veterinário da Clínica Sol e Lua. O vereador Adriano (Sopó) articulou o contato com o prefeito e outros servidores.
Fiquei impressionada com a prontidão do prefeito Hamamoto em nos receber juntamente com uma equipe bastante representativa - o Sr. Naohiko e o Sidnei, para falarem de obras, o Dr. Rodrigo e o Fábio, para falarem de segurança e trânsito, e o Adriano vereador. Pareceu que tudo se resolveria em poucos dias. Mas, doce ilusão a minha.


Pesadelo
Manobra arriscada para quem vem de Caieiras e
precisa entrar  no Jardim Vitória
.
A vida dos moradores desses três bairros está um verdadeiro inferno! Tente sair de Caieiras e ir até um desses bairros de carro para sentir o pesadelo que vivemos todos os dias. Ah, mas se para você andar de carro é um luxo, tente ir de ônibus, descer no ponto, logo depois do Supermercado Federzoni, e atravessar a estrada. Se sobreviver, vai poder contar a aventura.
A confusão fica maior quando alguém tenta sair do
bairro, para sentido Franco da Rocha, neste mesmo acesso.
Além de enfrentarmos diariamente, e em qualquer horário, um trânsito gigantesco, temos que ficar parados no meio da Rodovia Tancredo Neves, na altura do km 37, para atravessar em frente à E.E. Dr. Nelson Manzanares, em um lugar que não foi sinalizado para essa travessia de carros. 
Se não entendeu onde fica esse lugar, é quase em frente à entrada para o Grêmio XIV de Dezembro que, aliás ficou só com saída, depois do desenho da estrada feito pelos GENIAIS engenheiros do DER.
Voltando à travessia, lembro a quem se aventurar em fazê-la: reze muito para ninguém acertar a traseira do seu carro. 


Situação vergonhosa
A opção mais segura, e também muito mais lenta, é percorrer mais um km e demorar uma eternidade, até chegar no trevo do Jardim dos Eucaliptos, fazer a conversão e levar mais uma eternidade para voltar até essa bendita entrada para o Jardim Vitória, Jardim Boa Vista e Vila Gertrudes.
Na reunião com as autoridades, fiz uma brincadeira que, no dia, achei absurda. Mas, hoje, vejo que tem lá seus fundamentos. Comentei com o prefeito e os demais servidores: “os moradores não precisarão queimar pneus na estrada para vocês e o DER tomarem uma providência, não é? Nós rimos, afinal queimar pneus numa estrada tão movimentada, não seria um ato civilizado. 
Mas, diante da falta de respeito do DER e da Prefeitura de Caieiras, que promovem mudanças, sem avaliar as consequências para moradores e comerciantes, alguém teria uma ideia melhor?
Há décadas, o DER e seus engenheiros parecem ignorar as pessoas que pagam seus impostos, acreditando que terão o mínimo de qualidade de vida.
Aqui, nesse blog, posso falar para meia dúzia de pessoas lerem. Mas, a partir de hoje, começo uma campanha para mostrar para a mídia de São Paulo, que as pessoas das cidades do entorno da capital estão sendo tratadas com total desrespeito pelo poder público.


Clique para ver primeiro post sobre o tema.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Cia. Melhoramentos: 120 anos passados em branco

Imagem que representa o reflorestamento
no início do século XX
Quando soube que a Companhia Melhoramentos fez 120 anos, no início de setembro, fiquei inconformada. Em mais de 20 anos trabalhando em comunicação corporativa, acompanhei tantas ações ligadas a datas comemorativas, que perdi as contas. Geralmente, as empresas celebram anos cheios com funcionários, acionistas, clientes, fornecedores e comunidades no entorno de suas unidades.
Ao fazer isso, reforçam seus valores, sua cultura, sua história. Demonstram que, verdadeiramente, têm responsabilidade social e valorizam seus públicos de relacionamento.
Mas, por aqui, em Caieiras, cidade que surgiu, se desenvolveu e cresceu graças à Companhia Melhoramentos de São Paulo, nada aconteceu.
É sabido que existe uma relação de amor e ódio entre empresa e cidade ou cidade e empresa. Mas isso deveria ficar apenas por conta de aspectos políticos e econômicos. Mas, jamais no humano ou histórico.
Quantas e quantas famílias caieirenses têm sua história de vida ligada à Melhoramentos? Infelizmente, a minha não, pois nasci na Cresciuma, meu pai foi um operário do setor de plástico e trabalhava em São Paulo. Só que convivi e convivo com várias pessoas que nasceram ou cresceram no Monjolinho, na Fábrica, no Barreiro, na Rua dos Coqueiros, Vila das Cabras, no Charco Fundo ou em uma das outras vilas erguidas em torno das unidades fabris da Melhoramentos.


Cidade de primeiro mundo
Os mais jovens, hoje, nem imaginam que em volta da fábrica de papel existiu, um dia, mais de uma centena de casas, com tijolos à vista, bem ao estilo alemão, onde os funcionários moravam sem pagar aluguel. Nem fazem ideia que existiram três clubes, com salão de baile, campo de futebol, que recebiam centenas de pessoas de São Paulo, em  festas elegantes e torneios de fim de semana. Também havia mercearias, farmácias, escolas, cinema. Sim, havia CINEMA para o entretenimento dos operários da Companhia. Havia, ainda, igreja, capela e cemitério. Um bonde levava as pessoas da Estação Ferroviária para as dependências da empresa e para várias das vilas. Enfim, no entorno da Companhia Melhoramentos cresceu uma grande cidade, com infraestrutura de primeiro mundo.
Cia. Melhoramentos - Fábrica de papel - 1960
Parte disso tudo existiu até a década de 1970 e foi acabando totalmente até o início dos anos 90.
E o que aconteceu com tudo aquilo? O que aconteceu com os irmãos Weiszflog que só são conhecidos pela grande maioria da população de Caieiras, porque dão nome a três escolas públicas? Uma delas nem sei se ainda existe.


Com a emancipação o começo do fim
O que aconteceu com a Companhia Melhoramentos que, durante anos, foi a maior empresa de papel da América Latina? O que seus administradores fizeram? Por que acabaram com toda a história que fez Caieiras surgir no mapa?
E por que tanta falta de respeito, ou consideração, do poder público com essa empresa, com essa história? Por que só pressão e nenhuma parceria?
Não sei a resposta, porque não investiguei o assunto. Mas, para mim, desde a emancipação política de Caieiras, em 1958, percebe-se um movimento gangorra: a cidade cresce e a Melhoramentos se afasta da vida e rotina da população.
Olhando para esse período, vejo a ambição e o interesse em transformar florestas em empreendimentos imobiliários vagabundos, baratos e sem a mínima estrutura para seus moradores. Vejo a degradação da cidade. E o que é pior, com total aval do poder público.
De 1958 para cá, surgiu uma nova cidade que desejava ser independente da Melhoramentos. Mas, para tanto, socou seus moradores em trens lotados para seguirem para São Paulo, em busca de trabalho. Caieiras conseguiu crescer sem a Melhoramentos, mas se tornou uma cidade dormitório e sem identidade, sem charme, a periferia da periferia. 
E é assim que continua a crescer, de qualquer jeito, e a tratar de qualquer jeito pessoas e empresas que aqui tentam se estabelecer. Infelizmente, não criam mais vínculos e, por isso, não se sentem parte, nem tampouco responsáveis pela cidade.


Como podem ignorar 120 anos de história?
Voltando ao começo de tudo, 1890, ainda me pergunto: como os executivos da Melhoramentos puderam desprezar 120 anos de história ligada à Caieiras?
Como puderam ignorar uma história que, há mais de um século, já trazia um exemplo de desenvolvimento sustentável tão falado atualmente?
Sinto por essa data, tão importante para a Companhia e para Caieiras, passar assim... tão despercebida.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Vista inspiradora

Vista da saída da casa onde
funciona o gabinete do prefeito de Caieiras

Esta vista deve gerar boas reflexões às pessoas que saem da casa onde está, atualmente, o gabinete do prefeito de Caieiras, Roberto Hamamoto:
1 - A cidade está crescendo e merece uma visão de futuro, com avenidas largas, excelente fluxo do trânsito, limpeza e organização.
2 - Graças à Companhia Melhoramentos, apesar da relação de amor e ódio, a cidade não se tornou a PERIFERIA de São Paulo, preservando, o quanto pode, um baixo adensamento populacional e a qualidade do ar.
3 - Atrás desses lindos morros verdes estão os bairros que, por estarem escondidos, garantem  que Caieiras não fique tão feia aos olhos de quem chega.

Reprograme o automático, a rua está fechada

O motorista do carro atravessado no meio da estrada
ainda está no automático
Imagine: há anos você faz o mesmo caminho, atravessa a mesma estrada, sobe pela mesma rua. De repente, você dá de frente com uma placa: contramão!
E, aí? Como fica seu processo mental? Lembre-se que está parado no meio de uma estrada.
A mente humana automatiza ações repetitivas. Quando se depara com uma placa "contramão", no caminho que já estava automático...fica burra. 
Já quem muda a placa tem outro processo automático: o de mudar placas, mudar mãos, fechar, abrir, quebrar, às vezes até consertar. Enfim, outra visão da questão. E o que fazer?
Fecharam a entrada da rua Mauá, acesso para o Jardim Boa Vista, Jardim Vitória e Vila Gertrudes, em Caieiras, na região que, genericamente chamamos de Serpa, e não contaram por onde e, de que forma, os moradores deveriam entrar. Sabe aquela placa de "retorno à frente" ou algo assim? Então, não tem. 
Pronto, um monte de gente atrapalhada e completamente perdida.
O lado bom disso é que comerciantes locais e moradores se uniram e solicitaram uma reunião com o Prefeito. Um vereador organizou o encontro. O prefeito chamou os servidores envolvidos nas decisões sobre o assunto e marcou uma reunião rapidamente. E aí entro eu, representando os moradores (não fui como jornalista).
A reunião aconteceu no dia 9 e começou por volta das 18 horas. Para mim, isso demonstra boa vontade em ouvir, sem as interrupções do expediente e a pressa de acabar. Gostei.
Estavam em torno da mesa eu, meu marido, três comerciantes e o poder público: prefeito, vereador, responsáveis pela segurança pública, pelo trânsito e obras. Éramos umas 10 pessoas.
Nossa conversa durou mais de uma hora. Foi organizada, focada e direta. Falamos do acesso ao bairro e aproveitamos para abordar problemas de segurança.
A velha inflexibilidade do DER
Ouvimos que, sobre o acesso, não há muito o que fazer, pois é o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) que define essas questões e eles são inflexíveis. Existe a possibilidade de, um dia (...um dia...) esse trecho do Serpa ser municipalizado. Mas, tenho minhas dúvidas, pois ouço essa história desde criança e deve ser uma coisa tão chata para se brigar, que fica mais fácil buscar soluções paleativas e emergenciais.
A possibilidade, agora, para quem está na via sentido Franco da Rocha, é passar pelo trevo, lamentar e entrar na próxima rua à esquerda. Ah, não sei o nome dela, pois foi mudado recentemente. Mas é a rua de fronte à E.E. Dr. Nelson Manzanares, no km 37, da Rodovia Tancredo Neves.
O bom é que o motorista passa a ter uma melhor visão da estrada. O ruim é que a conversão ficou em 90° e há um calombo bem na entrada da rua. Nossas autoridades prometeram ajustar isso tudo e acredito que o farão o quanto antes.
Aliás, esse acerto e algumas melhorias para o Serpa foram anunciadas na reunião. Mas, a questão da segurança ainda está longe do ideal. As explicações são as mesmas, que também ouvi a vida inteira. Não creio que sejam mentirosas, mas penso que poderiam mudar, considerando que Caieiras é uma cidade pequena, com uma grande arrecadação.
Pouco efetivo, pouco recurso, pouca verba são reais. Mas, sabemos que todo novo mandato municipal, leva para a prefeitura um monte de gente nova, geralmente ocupando cargos de assessoria e recebendo salários que não ganhariam no setor privado. Já, para segurança, saúde e educação a realidade pouco se altera a cada quatro anos.
Disque Denúncia - 181
Essa realidade pouco muda porque nós, eleitores, somos acomodados. Não cobramos, não sugerimos, não participamos, não ajudamos (também temos que ajudar sim) E, aí, acontece o que vemos hoje em todo o país: serviços básicos públicos precários e sem qualidade.
Reflexão à parte. Gostei de uma outra coisa que ouvi na reunião. 
Para driblar a velha história do pequeno efetivo e pouco recurso da nossa polícia, temos o Disque Denúncia. Você sabia que se ligar para esse serviço, que lhe garante absoluto sigilo, e fizer uma denúncia, o delegado local tem até 72 horas para investigar e posicionar o Comando da Polícia?
Eu não imaginava que o serviço é tão eficaz. Mas, é. Então, anota aí: 181 é o número para denunciar "noias", pontos de tráfico, receptadores de mercadorias roubadas etc etc.
Minha crença
Acredito na boa vontade do poder público em acertar essa situação no Serpa rapidamente.
Acredito que esses dois primeiros anos de mandato do atual prefeito serviram para pagar contas e arrumar a casa e que nos próximos dois teremos boas entregas, boas notícias para a cidade. 
Posso estar fazendo o jogo do contente. Mas, se não acreditar em quem se dispõe a comandar e a organizar uma cidade e em quem está sendo pago para pensar em soluções que sejam boas para a maior parte das pessoas da comunidade, vou acreditar em que? 

domingo, 12 de setembro de 2010

Acreditar sempre

Quem me conhece há algum tempo sabe que sou do tipo "Poliana". Busco olhar sempre e sempre o lado bom das coisas. Às vezes até me sinto meio boba, porque acredito nas pessoas. Acredito no que me contam, acredito no que me prometem.
E por que sou assim? 
Em algum momento da minha vida decidi que seria verdadeira, transparente, absolutamente honesta e justa. Oh... grande coisa, podem pensar. Ela se acha. Pois é, sou assim mesmo e ser desse jeito me trouxe tantos problemas na vida, quanto satisfações.
Bem recentemente, diria que por volta dos 40 (tenho 43), descobri que as pessoas não vão falar a verdade só porque estão lhe contando algo, e nem mesmo quando você se colocar disposto a ouvir a verdade. Não sei se por defesa ou por dificuldade, mas as pessoas não expressam o que realmente pensam, considerando os diferente aspectos ou os diferentes lados de uma mesma história.
Eu faço isso. Falo o valor real das coisas que compro. Falo quanto ganho. Falo se tenho um pensamento maldoso ou interesse particular, quando tomo uma atitude que envolve os outros. Falo se gosto ou não de uma coisa, o que realmente penso sobre algo (agora, só quando me perguntam). Enfim, se não quer saber o que penso, não me pergunte.
Meus filhos ainda estão aprendendo e entendendo esse jeito. Afinal, se não está bom, digo que não está bom e não fico floreando. Quando não vejo capricho, digo. Vejo algo errado, digo. Claro que também elogio quando está bem feito, quando houve esforço, mesmo que o resultado final seja completamente diferente da minha expectativa. 
Escrevi tudo isso, porque vou contar sobre a reunião da qual participei, na semana passada, com um prefeito, um vereador, servidores públicos, comerciantes e moradores do bairro onde moro. Fui como moradora, não como jornalista. Então, participei de tudo absolutamente desarmada, cheia de esperança por uma solução boa para todos (de verdade, boa para todos). E, apesar de saber "que as pessoas não vão falar a verdade só porque estão lhe contando algo", encarno a "Poliana" e acredito que a conversa valeu para melhorarmos algo.
Acredito, porque a experiência de estar em uma reunião como aquela foi muito, muito interessante. Mas, vou contar melhor em outro post.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O prefeito no meu bairro?

Isso mesmo!

Lá estava o Roberto Hamamoto, sem aquele monte de gente que costuma andar atrás dele. Só tinha um fotógrafo e o Agnaldo, que deve ser uma das pessoas ligadas à saúde (pelo menos é o que imagino), ouvindo atentamente tudo o que o prefeito falava.

Nos oito anos em que moro no Jardim Vitória, bairro de Caieiras, essa foi a primeira vez em que vi um prefeito fazendo uma inspeção verdadeira, sem querer mostrar para o mundo que estava lá.

Claro que não fui falar com ele. Estava voltando do supermercado com algumas sacolas na mão. Não sou repórter na cidade. Então, não fazia sentido chegar lá e ficar perguntando as coisas. Sou apenas uma cidadã comum, que tem um blog, mas uma cidadã comum.

Ah, mas, não aguentei e fiz duas “fotinhas” de longe.

O mais interessante foi que enquanto caminhava para o supermercado, pensava como o meu bairro cresceu e o quanto poderia melhorar. Mas, fiquei imaginando: quem olha para esse lugar? Ele está tão abandonado.

Na volta, a surpresa. O prefeito olhando tudo: o postinho de saúde (postinho mesmo, porque ele é bem pequeno), o Centro Esportivo recentemente inaugurado. Não fiquei acompanhando, mas acho que ele viu o trânsito caótico da Rodovia Tancredo Neves, nas proximidades do Federzoni.

Quero crer que o prefeito realmente viu tudo. Inclusive a piscina que poderia ser aquecida e utilizada para aulas de natação e hidroginástica. Ele é médico e sabe o quanto as atividades aquáticas são saudáveis para jovens e adultos, inclusive os da melhor idade.

Fiquei feliz em ver o prefeito nas redondezas. O bairro tem um potencial enorme. As ruas são largas, as casas são bem feitas. Há um comércio emergente. Só precisa de um pouco mais de atenção para ficar um excelente lugar para morar e consumir.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O ônibus é caro ou estou variando?

Isso não é uma matéria. Não entrevistei ninguém, não ouvi as diferentes opiniões.
É só um desabafo de quem precisa andar de ônibus em Caieiras.

Cada vez que tenho que ir para a Cresciuma é um martírio. Penso umas 500 vezes, porque estou sem carro e Caieiras não é o melhor dos lugares para se andar a pé ou de ônibus.

Para começar, nunca sei, olhando a letra e o número do ônibus, se ele vai seguir a Tancredo Neves, passar pela estação, subir para a Cresciuma ou se vai atravessar o viaduto, seguir pela João Dártora, ir para a estação ou, ainda, se vai pela Valdemar Gomes Marino, subir a São Luiz, entrar pela Olindo Dártora.

Definitivamente não sou burra. Não uso ônibus diariamente e, quando uso, nunca vou para os mesmos lugares. Então, como posso reconhecer as tais letras e números? Será que não seriam necessários cartazes nos pontos, com os itinerários? Ah... talvez seja pedir demais, não é?

Ir ao Senemby, então, parece uma viagem. Da minha casa, no Jardim Vitória (bem perto da rodovia Tancredo Neves), até o Colégio são 3,1 km (nove minutos de carro ou 40 minutos à pé).

Estava indo para o ponto e passou um ônibus chamado Santa Inês (claro que nem olhei o número). Os motoristas raramente param fora do ponto. Mas, como o trânsito não andava, arrisquei dar sinal. Afinal, na minha cabeça, o Santa Inês passaria na Olindo Dártora, para ir para o Morro Grande e depois Santa Inês. Então, seria a melhor opção para chegar no meu destino. “Mas que sorte”, pensei.

Acontece que o ônibus não faz o percurso que achei tão óbvio. Ele vai pelo bairro de Laranjeiras. Entra em Caieiras, mas não sobre para o Jardim Santo Antonio ou Cresciuma. Aliás, pouquíssimos ônibus desse sentido passam pela Cresciuma.

Ou estou louca, ou a viação Caieiras não está muito preocupada com as necessidades dos passageiros dos bairros. Um dia, prometo, vou pesquisar isso melhor e entender a estratégia dos itinerários de ônibus em Caieiras. Mas, de momento, só posso dizer que paguei R$ 2,65 para percorrer 2,1 km e descer na 14 de dezembro. Longe do meu destino final.

Se quisesse pegar outro ônibus, precisaria caminhar mais 600 m, até o ponto mais próximo, na Guadalajara, esperar sei lá quanto tempo e pagar mais R$ 2,65 ou R$ 2,70 ou, até R$ 3,00, dependendo do que passasse, para subir mais 650 m e caminhar mais uns 900 m até o Senemby. Fiquei com tanta raiva, que decidi subir a pé mesmo e queimar umas calorias.

Que fique bem claro que não estou me recusando a gerar recursos para a Viação Caieiras. Mas, também não estou rasgando dinheiro.

Uma vez por semana estou em São Paulo, na Chácara Santo António, Rua Fernandes Moreira. Geralmente, de lá tenho que ir para Moema e, às vezes para a Brigadeiro Luiz Antonio ou Avenida Paulista. Com o cartão de tarifa única da SPtrans, entro no primeiro ônibus, pago R$ 2,65 e subo até a avenida Vereador José Dinis. Posso ir a pé, mas às vezes dá preguiça, são quase 2 km. Desço em qualquer ponto e pego outro ônibus até o Shopping Ibirapuera (3,8 km), pagando R$ 0 (isso mesmo, nada). Cumpro um compromisso de uma hora e volto ao corredor de ônibus para pegar um que suba a Brigadeiro (mais 6 km). Quanto pago? Nada!

Na capital há um limite de tempo para as pessoas se locomoverem, pagando uma tarifa de ônibus. Não é incrível? E nem falei que se precisar de metrô, após o ônibus, pagarei algo em torno de meia tarifa, ou R$ 1,37.

Não sei, mas acho que tem alguma coisa errada no preço do ônibus em Caieiras. Ou será que estou variando mesmo?

O que é privacidade?

"Que tal a gente ter privacidade no computador?" Perguntou minha filha de 8 anos.
Respondi com outra pergunta: "Mas o que é privacidade?" Eu queria entender se ela sabia o que estava pedindo.
E ela me respondeu: “é tipo quando estamos no banheiro e não queremos que ninguém entre.”
Então, explicou que não acha justo todos de casa usarem a mesma conta de entrada no computador que, por acaso, está no meu nome. Ela acha que tem que ter a própria conta. Aliás, que cada um de casa deve ter a sua.
Posso eu com uma pessoa assim, aos 8 anos?

sábado, 12 de junho de 2010

A Alberto Graf ficou sem graça

A ida do Seu Antonio Molinari mexeu de certa forma comigo. Diferente da sensação que se tem de ver partir alguém que testemunhou a sua vida, senti a perda de parte de uma história que antecedeu à minha.
Eu era criança quando o conheci e me lembro muito bem do que mais me chamou atenção nele: era já um senhor, político, empresário, influente, sério e brincava com os filhos. Ele brincava com os filhos e eu achava aquilo o máximo. Afinal, era tão raro um pai carinhoso há 30 anos. Eu pensava: como pode um senhor ser tão carinhoso com os filhos e especialmente com a filha (minha amiga)? E ele beijava e abraçava aquela filha.
E eu era uma criança e admirava aquilo. Aliás, até hoje, conheci poucas pessoas como ele.
Lembro de como ele manteve, por anos, uma das primeiras fábricas de plástico de Caieiras. Da família trabalhando junta. De confusões entre os filhos. Era muito interessante observar tudo aquilo.
Lembro da força que dava para minha amiga fazer faculdade. Do orgulho que ele sentia.
O mais interessante de tudo foi quando ele resolveu parar de fumar e seguir uma vida saudável. Acho que o Seu Antonio foi uma das primeiras pessoas a fazer caminhada em Caieiras. Era divertido ver o jeito dele, a roupa da caminhada, a saúde desfilando pela rua Cap. Alberto Graf. Um homem bem resolvido era o que me parecia.
Há mais de vinte anos deixei de ir na casa dele, porque já não estudava mais com a minha amiga e nossas vidas tomaram outro rumo. Mas, nunca deixei de observar o Seu Antonio, em sua caminhada diária.
Quarta-feira ele dormiu. Dormiu verdadeiramente o sono dos justos e por isso não vamos mais vê-lo andar nos seus passos lentos e firmes. Porque tem uma hora que até os mais fortes precisam dar uma parada para descansar. Agora, Seu Antonio vai descansar um pouquinho.

domingo, 6 de junho de 2010

Visão do inferno em 500 metros


Vez ou outra decido sair a pé para ir ao supermercado que fica a uns 500 metros de casa. Moro, por enquanto, na Alfredo Corradini, Jd. Vitória, bem pertinho do Federzoni Serpa e da Rod. Tancredo Neves. “Uma coisa linda de se ver”.


Ainda não sei por que insisto em fazer isso. Acho que é para passar raiva mesmo. Não tem uma vez que não me irrito nessa caminhada. Mas, bem feito, quer caminhar e ver coisa bonita? Vá para a Nova Caieiras, porque a Velha...meu Deus.

Em cinco minutos de caminhada vi tanto lixo, mas tanto lixo jogado na rua, que não acreditei. E fico aqui pensando: será que vamos morrer afogados em lixo? O que está acontecendo com essa cidade? Ou o que não está? Isso me parece uma soma bem feitinha de povo muito porco com poder público muito displicente” (bonita essa palavra, mas podem pensar em outras).

Sei que existe uma teoria que explica a razão de os locais abandonados sofrerem frequentes depredações. Por outro lado, um local que sempre está em ordem, inibe a depredação. Se alguém souber explicar melhor, agradeço. Um exemplo disso é o metro de São Paulo que sempre está em ordem por passar constantemente por manutenção.

Aqui (como em toda a Velha Caieiras) acontece o contrário. Nesse meu caminho, então, voltando ao assunto dessa conversa... Além do volume de lixo, temos muita, muita, muita bagunça de uma obra interminável, uma pavimentação ridícula nas ruas, valetas aos montes, calçadas horríveis, vazamento de água secular, uma estrada com um trânsito caótico. Não, não precisa sentir dó se mora num lugar legal. Deixa que cada um encare o seu problema.

O lugar é feio mesmo em todos os dias do ano. E, como se isso fosse pouco, sempre acontece algo de absurdo nesse trajeto casa/supermecado. É incrível.

Hoje, por exemplo, ainda tive que presenciar duas loucas, tentando atravessar a estrada, com uma criança doidinha para entrar na frente dos carros. Aliás, no ponto em que está o supermercado, centenas e centenas de pessoas se arriscam todos os dias para atravessar a estrada que não tem um farol, uma lombada, nada, só carro com muita pressa de sair daquela lentidão dos infernos.

Já no alto do morro da rua Mauá, um minuto depois, encontrei dois heróis de bicicleta, dizendo que iam descer na estrada, parar o trânsito e salvar uma mãe que colocou a ela e ao filho em perigo, querendo passear de bicicleta na pista sentido Franco da Rocha. Quando chegou na curva, depois do Federzoni, sem espaço na pista, mãe e filho e bicicletas passaram para dentro do guardirreio, onde também não tinha espaço.

Aí a cena foi coisa de novela mexicana. A mulher e o filho e as bicicletas enroscados. O herói tentando parar o trânsito em plena Rod. Tancredo Neves. Um trânsito daqueles e eu gritando lá do alto para a mulher esperar, enquanto o menino herói parava a fila de carros em plena curva.

Graças a Deus, que estava naquele inferno olhando por todos, ninguém se machucou, nenhum carro bateu e deu tudo certo.

Agora, dá para acreditar que isso aconteceu em 10 minutos de caminhada? Cinco na ida e cinco na volta?

sábado, 29 de maio de 2010

Um filme de presente

Hoje descobri que nunca, jamais na minha vida tive o real controle das coisas.
Elas me são dadas porque eu as desejo. Mas, verdadeiramente, não acontecem como e quando eu quero.
Filmes, por exemplo, sempre me julguei amante de filmes. Mas , raramente vou ao cinema. Raramente alugo um filme.
Eles me vêem de presente e hoje ganhei um dos melhores: Diário de Uma Paixão. Como sobrevivi nesses últimos seis anos sem ter visto esse filme?!?!?!?
Hoje, parar em casa e ficar de bobeira em frente à TV era o mais improvável. Mas, uma mudança de planos me fez ficar em casa por um tempinho. O tempo exato prá assistir esse filme delicado, apaixonante, emocionante. Desses que me fazem chorar de soluçar, de tristeza e alegria, de uma emoção tão profunda, tão profunda, que deixam a alma leve.
Esse não é daqueles filmes que assistimos prá esquecer da vida e quando acaba já esquecemos o filme, como disse um dia meu professor de cinema.
Não, esse é um filme prá gente lembrar da vida, lembrar do amor, da sorte de ainda se viver uma paixão.
Pensei em você Vó, pensei muito em você. No quanto merecia ter alguém para contar a sua história tão intensa, enquanto partia levada pela insanidade. Pensei em você, Rê, no amor que sinto, na paixão que tenho. Pensei no quanto seria bom continuar envelhecendo do seu lado, se possível com as mentes sãs, prá lembrarmos juntos das aventuras que ainda vamos viver. Pensei no quanto vai ser bom poder contar pros nossos netos as histórias que ainda vamos escrever, juntos, sempre juntos.
Hoje descobri que as coisas não acontecem como e quando eu quero. Mas, elas acontecem de um jeito ou de outro só porque eu quero.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Nada é tão ruim, que não possa ficar pior

Matéria publicada no site do Diário do Grande ABC, fala sobre indefinição da situação de aterro sanitário de Santo André (SP), interditado pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) desde o dia 19 deste mês. Parte do lixo da região está vindo para Caieiras.

A matéria não cita a quantidade reservada para nós. Eu também não apurei o assunto. Mas, imagino que não seja pouco.

Só fico pensando: o que fazer? Rezar, chorar, reclamar (talvez para o Bispo)...

Veja matéria: http://www.dgabc.com.br/News/5812690/aterro-continua-fechado-em-sto-andre.aspx

domingo, 23 de maio de 2010

Quem fala o que quer...

O legal e, também, o maior perigo do e-mail, blog, twitter, etc etc é que você fala o que quer. Bom, pode até ouvir o que não quer. Mas, o pior é que o texto uma vez publicado, mesmo apagado, pode perpetuar.

Ele vai seguir pelo mar, como um bilhete na garrafa, e um dia alguém vai encontrar. O que pode acontecer, então, só Deus sabe!

Por isso, todo cuidado é pouco. Toda emoção é muito quando se trata de internet.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Pizza quatro queijos

Não sei se é assim com todo jornalista. Mas, pra mim, escrever é tão sagrado. Todo texto que eu faço tem muito de mim, o meu tempo, meu pensamento, minha força de trabalho, minha paixão.

Eu não ligo quando o texto é modificado por um editor ou pelo gestor do assunto. Juro que não. Mas, sinto tanto quando parte da história ou da entrevista que compunha o conjunto é excluída.

Ver um texto publicado pela metade é como receber uma pizza quatro queijos só com a mussarela e o parmesão. Dá pra entender?

Então, resolvi publicar nesse espaço, que é todo meu, o texto por inteiro. Pode ser um capricho, paciência, mas não é ilegal.

Sábado voluntário para a APAE

Um triciclo e 10 motos fizeram “A FESTA” na APAE de Caieiras, no dia 8/05.

Você sabe a diferença entre motoqueiro e motociclista? Teoricamente, não há. Ambos usam uma moto (ou motocicleta) para se locomover e é esse fato que determina as nomenclaturas. Mas, na prática aqueles que utilizam o veículo como um meio de locomoção, de lazer ou hobby e adotam uma atitude de respeito no trânsito, gostam mesmo é de ser tratados como motociclistas.

E muitos desses motociclistas, por fazerem do seu hobby um estilo de vida, reunidos em grandes grupos, perceberam que podem ir além da diversão, exercendo um papel de responsabilidade social.

É o que acontece com os integrantes do Highlanders Moto Clube, de Caieiras, que dedicam à APAE da cidade atenção e parte do seu tempo, com doações e trabalho voluntário.

No dia 8/05, onze integrantes reservaram o sábado para distrair e divertir a meninada da APAE. Cerca de 30 crianças passearam pelas ruas da cidade em motos e em um triciclo. Muitas delas, puderam sentir pela primeira vez a emoção de estar sobre duas ou três rodas.

Diversão com total segurança

Acompanhados por uma equipe da Guarda Municipal, cada grupo de jovens com os Highlanders em suas motos saiam da sede da APAE, com sirenes ligadas, passavam pela Câmara Municipal, avenida Professor Carvalho Pinto, avenida Olindo Dártora e retornavam para a instituição. “Foi um delírio”, lembra Flávio Assoni, diretor secretário da APAE de Caieiras. “A conversa na segunda-feira foi o passeio, que se transformou num acontecimento inesquecível para quem tinha andado de moto pela primeira vez”, destaca.

Além da Guarda Municipal, o Highlanders Moto Clube teve o apoio da Tiger Segurança que garantiu a proteção dos jovens da APAE de Caieiras.

Elita Alves da Silva, mãe de Rafael (26), não acompanhou o evento de perto, mas sabe que foi um sucesso. “Fico tranquila em deixar meu filho com a equipe da APAE. Eles sabem o que fazem e o que é bom para os jovens”, comenta.

Rafael, que adora acompanhar esportes radicais se realizou. “No sábado, o Rafa participou do passeio de moto e foi para um evento no Centro Cultural. Ao final, me disse: agora para fechar com nota 10, uma pizza. Essa foi a prova de que o dia dele realmente foi muito bom”, comenta Elita.

“Foi muito bacana. Tinha criança que não dormia direito há dois dias pensando no evento”, comenta Thiago Leme, diretor de eventos do Highlanders. “Queremos fazer mais coisas pela APAE”, declara. “Gostamos de estar com as crianças”.

“Meu filho foi um desses que não dormiram”, destaca Luzia A. Rosa Romão, mãe de Luan (18), aluno da APAE há quatro anos. “Ele estava super eufórico no dia. Está falando até hoje da moto e perguntando quando vai ter de novo”.

Luzia também fez o passeio e pode constatar o quanto foi emocionante. “Caieiras parou”, ela disse.


Fazer mais pela APAE

Para fazer mais, os Highlanders, que não pagam mensalidade de manutenção do Moto Clube, buscam todo o apoio que podem. Antes do passeio, em março, quando a atual formação do grupo completou três anos, organizaram uma festa em que arrecadaram 80 quilos de alimentos e uma jaqueta, doada pela Caieiras Moto, para ser usada pela APAE na angariação de fundos.

A jaqueta foi rifada, rendeu R$ 500,00 e o ganhador José dos Santos Matos, funcionário da Sabesp, já está com seu prêmio.

Para a realização do passeio de moto, os Highlanders sairam em busca de mais patrocínios, conseguindo o apoio de Microlins, HD Centro Automotivo, Vila Verde I, Aqua Surf, La Bambinas Pizzaria, JMD Ferros e Ferragens, Infinity Formaturas, Moto Clube Família Terror do Asfalto, de Cajamar, e do vereador Paulão do Sítio.

“É gratificante ver todo o envolvimento e a doação sincera dos integrantes do Highlanders Moto Clube para propiciar aos nossos jovens um dia mais feliz”, destaca Flávio. Para ele, essa é a prova maior de amor ao próximo, pois os motociclistas fizeram daquele sábado um dia bem diferente, alegre e festivo para os jovens.


O Highlanders Moto Clube

O clube existe formalmente desde março de 2007. É presidido por Ricardo Alexandre Martins. Possui cerca de 22 integrantes, de diferentes idades, que participam e divulgam o nome de Caieiras em uma série de eventos de Motos Clubes em todo o país.

Para saber mais sobre o Highlanders Moto Clube, acesse o site www.highlandersmotoclube.com


Colabore você também


A APAE de Caieiras fica na rua Bolívia, 433, Centro.
Para quem quiser conhecer o trabalho realizado, fazer doações, ou ser voluntário, basta ligar para 4605-2342.

Por:
Isabel Duarte – mtb 22.259
Voluntária

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Vergonha alheia

Essa expressão não foi inventada por mim e não tenho certeza absoluta se partiu da amiga morena ou da amiga loira. Vou checar e conto assim que souber.

Bom, o que importa é que vou usá-la daqui por diante, muito estimulada pelo tempo e envolvimento com a cidade de Caieiras (onde, por acaso, moro).

Vou explicar: vergonha alheia significa sentir vergonha pela besteira - ou fora - de outra pessoa. E Caieiras, nesses sete meses de convivência intensa, se tornou uma fonte inesgotável de vergonhas alheias.

Há 20 anos, quando falava que morava em Caieiras e ninguém sabia onde ficava, levava numa boa. A cidade era bem bonitinha, não tinha poluição, não tinha barracas nas ruas, nem buracos, mas tinha ruas de paralelepípedo - o que era o máximo! Não tinha assaltos, arrombamentos, chacinas. A cidade nem aparecia no mapa, mas...para que? Era um refúgio bom depois de um dia de trabalho na capital.

Naquela época, éramos uns 30 mil habitantes, chutando.

Hoje, as pessoas continuam não sabendo onde fica Caieiras. Mas, já ouviram falar alguma coisa sobre a cidade. "Não é para lá que vai grande parte do lixo da capital?"

Sim!!! E isso deixou a cidade tão importante. Todos os dias sai algo na mídia. Principalmente em tempos em que encontrar uma solução para o lixo torna-se um sucesso.

O pior é que a solução mentirosa foi criar um lixão atras de um morro, em uma cidade que não aparece no mapa, há 40 km da capital. Noooossa... "São Paulo encontrou uma excelente solução para o problema do lixo...", publicou outro dia a editora Abril em encartes sobre cidades sustentáveis, ou algo assim, em várias de suas revistas.

Diria que essa é a maior das vengonhas alheias. Executivo e legislativo de Caieiras, que se combinam muito bem (quero dizer, jamais de opõem), permitiram o maior dos crimes contra uma cidade que tinha tudo para comportar condomínios de alto padrão, como Valinhos e Vinhedo.

Mas, caipira de visão curta é fogo. Quantos tipos assim já tiveram fortunas nas mãos que acabaram rapidinho em farras?

Hoje, quem mora em Caieiras, em bairro pobre ou nobre, não sente mais o cheiro de eucalipto, que tomava a cidade no final da tarde. Convive com o mal cheiro exalado do local que deveria ser exemplo de respeito ao ambiente e à sustentabilidade. Essencis Soluções Ambientais é o nome do que deveria ser um local de tratamento de resídios que, na verdade, nada mais é do que o lixão de Caieiras.

Ai que vergonha!!! Ai que vergonha alheia.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Pura emoção

Que emoção enorme saber que alguém leu o que você escreveu e gostou ou, no mínimo, teve alguma sensação ao ler, tanto que comentou.
Ah...isso é o máximo!
Aliás, as coisas são tão loucas que estou aqui agora (e só vi os comentários) porque recebi o e-mail da Mariana, uma linda menina que acaba de sair do Itaú para viver um ano (ou mais) em Paris.
Nesse e-mail estava o seguinte texto, do qual preciso descobrir o autor, e que tem tudo a ver comigo, com meu momento:

Mude
"Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
...Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo sob outras perspectivas....
Durma no outro lado da cama... depois, procure dormir em outras camas...
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia....
Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.
...Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Lembre-se de que a Vida é uma só....
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Seja criativo. E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhorese coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda! Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena.
Só o que está morto não muda!"
autor: preciso descobrir

Adorei esse presente!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Finalmente, o começo

Hoje é um dia muito importante.

Decidi começar a escrever meus pensamentos. Há anos pretendia fazer isso, mas a preguiça ou o medo ou a falta de uma maneira de compartilhar me fez adiar essa decisão.

Mas, vamos ao que interessa: meu filho está fazendo 13 anos hoje e ter 13 anos prá mim é muito significativo: foi no meu aniversário de 13 anos que entrei de fato na adolescência. Aliás, foi o último ano de festinha. Desde aquele dia guardo na lembrança a primeira frustração e o primeiro sinal de como viria a me relacionar com as pessoas. Deixei de ser criança.

O Murilo também está deixando de ser criança agora. Não sei quais são seus pensamentos, pelo que sofre (se sofre), pelo que vibra. Mas, é evidente que virou um rapaz, não é mais criança. Está alto, menos gordo, cheio de pelos e com a voz desafinando a todo momento.

Isso é um barato.

E esse barato acontece bem em 2010. Ano que começa diferente de todo e qualquer ano que possa recordar. Ano da segunda virada. Virada dessas do avesso.

A primeira, muito importante, mas menos impactante, começou com o nascimento do Murilo, cinco meses antes de eu completar 30 anos. Em 1997, decidi ajustar o rumo, entender o meu papel nessa vida, viver no mundo real e mudar o que não gostava em mim. Foi o ano da regressão, das descobertas, da grande revelação.

Passados 13 anos, me vejo num processo de mudança muito mais profundo. Processo de transformação física, mental, espiritual, financeira e até ambiental. Processo que vou compartilhar com quem tiver interesse, porque é muito valioso prá mim e pode ser útil prá alguém.

Esse processo começou em 2009, é cheio de mistérios e vai fazer nascer uma pessoa bem diferente. Quando? Ainda não sei exatamente, não quero fazer cálculos cabalísticos. Mas, quando acontecer, quem estiver por perto, vai saber.