sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Se chorar faz bem pra saúde, vou me tornar imortal

Dizem que chorar faz bem e que rir faz bem. 
Quando não estou brava (que faz mal), estou rindo ou estou chorando. Bom, 2 a 1. Ainda me mantenho saudável.
Hoje, parece que vai ser um daqueles longos dias em que vou chorar e chorar...Começo arrumar as poucas coisas que vou levar da casa velha (que não é velha de idade) para a casa nova (que apesar de completamente reformada, tem quase minha idade). Rssss... Velhas casas novas!!!


Faz dois anos que espero por esse dia, que só falo disso e, chegado o momento de tudo acontecer, não sei bem o que fazer: chorar, rir, rezar, sei lá!
Acho que é assim que o cachorro fica quando o carro perseguido para.
Não sei se vou, se fico, se sento, levanto. Tô perdida, perdida.
Mas, é chegada a hora de mudar, mais uma vez mudar. Parece que não fiz outra coisa na vida que não fosse mudar.


Tô feliz, tô muito feliz. Mas, tô com medo, tô assustada e como fica a felicidade nessa confusão toda?!?!!?!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O que fica quando o tempo passa?

Foto meia boca (com o celular) de foto
em papel: eu, Cris (editora) e o amigão Luiz,
que também não perdia um dessas festas.
Sem dúvidas, as lembranças. 
Mas, até as lembranças caem no esquecimento e mudam à medida em que ficam mais distantes ou quando temos a chance de voltar no tempo e rever aquele momento que foi tão marcante.
Estou fazendo uma pesquisa para o banco em que trabalhei por 20 anos, parte deles como redatora, e as vezes até fotógrafa, de uma revista semanal.
Por conta dessa pesquisa, preciso olhar edição por edição e nessa procura encontro, a todo momento, as matérias que redigi e as histórias dessas matérias.
Acabei de passar por uma, de dezembro de 1992, que tratou somente de uma festa bienal que o banco organizava para homenagear as pessoas com 30 anos de casa. Era a terceira edição e, lembro bem, que fui responsável pela estrutura e por boa parte das entrevistas.
Quem me conhece, sabe o quanto sou chorona.
Pois então, algumas entrevistas eram feitas por telefone. Afinal, tínhamos que falar com gente de todo o Brasil. Outras, eram feitas pessoalmente. Mas, toda vez que eu falava com alguém... pronto. Chorava.
Foi a primeira dessas festas que eu cobri e como adorei fazer aquilo. Saber das histórias de vida era maravilhoso. Algumas eram tristes, mostravam pessoas que tinham feito a mesma coisa durante a vida inteira em cargos menos nobres. Ou pessoas ressentidas por terem dedicado toda uma vida à empresa, deixando a família de lado.
Naquela ocasião eu entrevistava pessoas que tinham entrado no banco em 1960 e 1962. Pessoas que iniciaram sua carreira quase que fazendo conta na mão e que, em 92 viviam o ápice da automação bancária, tendo acabado de passar por uma década sofrida para o segmento bancário.
Nossa, lembro que imaginava encontrar só gente velha na festa por terem 30 anos de casa. Mas, quando cheguei, que surpresa! Mulheres com 50 anos em media, lindas, felizes. Os homens mais gordinhos, mas não velhos, como pensei.
Quando vi o pdf da edição, agora há pouco, com o presidente do conselho na capa, comecei a rir sozinha. Lembrei de um sufoco que passei para fazer uma das matérias.
Cheguei na festa com minha amiga e editora da revista. Eu faria a matéria de abertura e, claro, usaria trechos do discurso do executivo. Como ainda era cedo, estava rolando um coquetel. Então, comecei a tomar vinho. Ah... uma delícia! Mas, nada de passarem com uns canapés. Até aí, tudo bem. Eu fiquei altinha, mas ninguém percebeu.
O discurso começou. Anotei tudo direitinho, fui virando as folhas do bloquinho e tudo seguiu muito bem. Essa era a única coisa que tinha que fazer naquela festa. As entrevistas já estavam ok. Foram feitas antes.
A presença na festa só tinha uma razão. Aliás duas: anotar o discurso do principal executivo e participar do jantar, que, aliás, era um luxo.
A festa acabou. Fui dormir na casa da minha amiga para, no dia seguinte, fazer a matéria bem cedinho e fechar a revista. Eis que ao abrir o caderno... só vejo rabiscos. Não dava para entender uma palavra, nada! Quase morri, porque eu não gravei o discurso. Para que? Se eu anotava tão rapidamente?
E quem disse que eu lembrava uma palavra do que tinha ouvido. Eu estava altinha. Como ia lembrar de um discurso.
Claro que fui salva pela memória da minha editora e pelas técnicas do jornalismo que nos permitem conceituar um assunto, sem necessariamente usar as aspas. Mas, aquilo foi hilário. 
No final, deu tudo certo. Tão certo que, até hoje, o material é gostoso de ler. Depois daquilo, nunca mais bebi em serviço e, se bebi foi porque tinha comida para não deixar a bebida subir à cabeça.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

21 anos

Rê e Bel em 03/02/1990
Após meu pedido de ajuda, o terapeuta perguntou: mas, você quer acabar com o casamento ou com o jeito como está o casamento?


Em segundos meu pensamento percorreu os 21 anos em que estou casada e a certeza que eu tinha mudou naquele instante.  A lista dos momentos ruins, que me parecia interminável, desapareceu como se eu a tivesse escrito num papel solúvel.


E bastou uma coisa para apagar tudo de negativo que não me saía da cabeça há semanas: tenho toda LIBERDADE no meu casamento: liberdade para ser eu mesma, sempre; liberdade para falar o que penso, sem ter que medir as palavras; liberdade para fazer o que quero, quando e como quero; liberdade para surtar na TPM. Liberdade que não tem limite, nem preconceito, nem preocupações. 

Então, enquanto falávamos sobre isso me dei conta do quanto a LIBERDADE é fundamental na minha vida e que só meu marido mesmo para me oferecer isso.


O terapeuta ainda brincou com as respostas mais recentes que tive em casa: "quer sair do trabalho? Ok, faça o que for melhor para você. Eu seguro a onda." "Quer fazer intercâmbio fora do país? Ok." "Quer fazer uma cirurgia, tudo bem."


E sempre foi assim. E mesmo que não vivamos um romance de conto de fadas e mesmo que eu nunca ganhe flores, é essa liberdade que me faz amar tanto esse homem. Afinal, sem regras, sem formalidades, sem rotina, vivemos momentos em que somos dois, outros em que somos um e outros ainda em que somos três, quatro. Sempre com muita LIBERDADE, só guiados pelo amor que sentimos um pelo outro.


A pergunta de um terapeuta me fez descobrir o que na verdade sempre soube. Apesar de muitas vezes ficar contrariada, de pensar em desistir e até de achar que poderia ter uma vida diferente com outra pessoa, tenho a certeza de que não vivi um dia nesses 21 anos em que não tivesse amado muito o meu marido. Mesmo nos momentos em que tive ódio, amei perdidamente. E sei que sempre vou amar, mesmo se um dia o amor acabar.


Demorou, mas agora estou convencida de que sinto um amor incondicional (sempre relutei em reconhecer isso). Vivo um amor apaixonado, que me deixa ansiosa quando é hora de ele chegar do trabalho (ou mesmo do futebol). Vivo uma paixão que ora me faz agir como criança, ora como bruxa; que me deixa com vergonha de falar um "eu te amo", porque é uma verdade pesada demais para quem não aprendeu muito bem a amar e ser amada; que me deixa completamente entregue, em êxtase, quando estamos só nos dois, juntos. Ah... porque é amor o que realmente fazemos quando estamos bem juntos.


Há 21 anos, muito crianças, sem ter a menor noção do que seria tudo isso, começamos a fazer uma vida juntos e depois de um tempo, uma família. Nunca acreditei que daria certo, mas tem dado certo até demais. 


Foram muitas cabeçadas, aliás ainda damos várias, brigamos muito, fazemos as pazes e brigamos de novo. Mas, como é gostoso, como é bom viver isso tudo!


É bom reclamar num dia e em outro passar um tempão pensando na noite que foi tão boa, nos beijos, nos corpos tão juntos, tão quentes, tão perfeitos um pro outro. É bom esbravejar e depois de vomitar tudo de ruim que tinha na mente, sentir aquela vontade louca de abraçar e pedir desculpas.


Vivo um casamento maduro, livre das aparências, livre da rotina. Um casamento que segue firme e forte, bem preso a um grande amor. Um casamento que hoje faz 21 anos.