quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Nem tudo são rosas, mas passada a TPM...

A gente consegue enxergar as coisas mais claras. 
Nem os dois partos foram tão doloridos quanto essa redução de mamas. A dor ainda está presente, bem levinha, mas presente, mesmo passados 41 dias. Nunca vi coisa mais chata.
Além de não ter tolerância à dor. Aliás, tolerância não é o meu ponto forte. Tive que sentir dor, com uma dose da indiferença dos homens da casa que até para lavar o próprio copo, olhavam feio.
Mas, aí veio a tosse bem no dia em que tirei os pontos. Uma tosse que nunca tive na minha vida. Resultado: pontos abertos, vários pontos abertos.
Então, à dor e ao pouco caso dos homens da casa, juntou-se uma aflição enorme com o meu machucado, que triplicou de tamanho em dez dias, a tosse, a imobilidade, a indisposição e uma dor de garganta terrível. 
Cheguei a pensar que aquilo não acabaria nunca. Fiquei mais de 30 dias praticamente parada, porque não conseguia trabalhar, porque não dava pra pensar com tanta coisa dolorosa acontecendo junta.
E quando pensei que nada de pior poderia vir, a Sandra, a santa que cuida de mim e dos meus filhos, também adoeceu. E adoeceu de tal forma que nem conseguia sair da cama.
Nesse ponto, achei que enlouqueceria. Nunca me senti tão só, tão desguarnecida. Minha mãe também estava doente, desde antes da cirurgia, e a TPM (que também me deixou doidinha) começava.
Descobri que dor é como fome. Não nos deixa pensar, não nos deixa ter paz.
Mas, quando passa, cai no esquecimento rápido, rápido.
Agora, vejo o quanto toda essa experiência foi interessante. 
Foi minha sogra quem cuidou de mim no hospital e quando cheguei em casa. Foi ela quem fez o mingau de aveia que minha mãe sempre prepara quando estamos doentes. Minha irmã, sempre desligada, desta vez esteve do meu lado em todas as horas em que precisei. Ela até me deu presente: um sutiã super charmoso. Pela primeira vez na vida recebi flores pelo correio. E vieram de novos amigos, de pessoas que eu nem imaginava o quanto me querem bem. Minha filhinha de quase nove anos foi uma heroína me ajudando com os curativos, sem passar mal com a ferida aberta.
E minha cunhada. Ela foi perfeita. Quando percebeu que a coisa não ia bem, largou tudo e cuidou de mim até ter a certeza de que eu estava sarando. Foi uma LINDA! Se não fosse por ela, não sei como as coisas estariam. Atenciosa, generosa. Uma verdadeira amiga. 
Tenho a certeza de que só melhorei por causa desse carinho tão inesperado e dessa atenção das duas que estiveram do meu lado pra me ajudar, aconselhar, apoiar e, principalmente, acalmar.
Espero um dia poder fazer o mesmo que elas fizeram por mim pra alguém que precise como eu. Desejo ter a paciência que nunca tive e o carinho que recebi delas. Depois disso tudo, nem terei a aflição que sempre tive com pessoas machucadas.
Se tudo isso foi para eu aprender uma lição, aprendi várias. Aprendi que a ajuda nunca vem de quem você espera. Aprendi que a família é a maior riqueza que temos. É nela que estão nossos verdadeiros amigos e companheiros. Aprendi que, apesar de as coisas não sairem exatamente como planejamos, tudo se resolve na hora certa, no tempo certo e que um pouco de sofrimento vale a pena pra gente dar ainda mais valor pras pequenas coisas boas que temos do nosso lado.

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