Rê e Bel em 03/02/1990 |
Em segundos meu pensamento percorreu os 21 anos em que estou casada e a certeza que eu tinha mudou naquele instante. A lista dos momentos ruins, que me parecia interminável, desapareceu como se eu a tivesse escrito num papel solúvel.
E bastou uma coisa para apagar tudo de negativo que não me saía da cabeça há semanas: tenho toda LIBERDADE no meu casamento: liberdade para ser eu mesma, sempre; liberdade para falar o que penso, sem ter que medir as palavras; liberdade para fazer o que quero, quando e como quero; liberdade para surtar na TPM. Liberdade que não tem limite, nem preconceito, nem preocupações.
Então, enquanto falávamos sobre isso me dei conta do quanto a LIBERDADE é fundamental na minha vida e que só meu marido mesmo para me oferecer isso.
O terapeuta ainda brincou com as respostas mais recentes que tive em casa: "quer sair do trabalho? Ok, faça o que for melhor para você. Eu seguro a onda." "Quer fazer intercâmbio fora do país? Ok." "Quer fazer uma cirurgia, tudo bem."
E sempre foi assim. E mesmo que não vivamos um romance de conto de fadas e mesmo que eu nunca ganhe flores, é essa liberdade que me faz amar tanto esse homem. Afinal, sem regras, sem formalidades, sem rotina, vivemos momentos em que somos dois, outros em que somos um e outros ainda em que somos três, quatro. Sempre com muita LIBERDADE, só guiados pelo amor que sentimos um pelo outro.
A pergunta de um terapeuta me fez descobrir o que na verdade sempre soube. Apesar de muitas vezes ficar contrariada, de pensar em desistir e até de achar que poderia ter uma vida diferente com outra pessoa, tenho a certeza de que não vivi um dia nesses 21 anos em que não tivesse amado muito o meu marido. Mesmo nos momentos em que tive ódio, amei perdidamente. E sei que sempre vou amar, mesmo se um dia o amor acabar.
Demorou, mas agora estou convencida de que sinto um amor incondicional (sempre relutei em reconhecer isso). Vivo um amor apaixonado, que me deixa ansiosa quando é hora de ele chegar do trabalho (ou mesmo do futebol). Vivo uma paixão que ora me faz agir como criança, ora como bruxa; que me deixa com vergonha de falar um "eu te amo", porque é uma verdade pesada demais para quem não aprendeu muito bem a amar e ser amada; que me deixa completamente entregue, em êxtase, quando estamos só nos dois, juntos. Ah... porque é amor o que realmente fazemos quando estamos bem juntos.
Há 21 anos, muito crianças, sem ter a menor noção do que seria tudo isso, começamos a fazer uma vida juntos e depois de um tempo, uma família. Nunca acreditei que daria certo, mas tem dado certo até demais.
Foram muitas cabeçadas, aliás ainda damos várias, brigamos muito, fazemos as pazes e brigamos de novo. Mas, como é gostoso, como é bom viver isso tudo!
É bom reclamar num dia e em outro passar um tempão pensando na noite que foi tão boa, nos beijos, nos corpos tão juntos, tão quentes, tão perfeitos um pro outro. É bom esbravejar e depois de vomitar tudo de ruim que tinha na mente, sentir aquela vontade louca de abraçar e pedir desculpas.
Vivo um casamento maduro, livre das aparências, livre da rotina. Um casamento que segue firme e forte, bem preso a um grande amor. Um casamento que hoje faz 21 anos.
O terapeuta ainda brincou com as respostas mais recentes que tive em casa: "quer sair do trabalho? Ok, faça o que for melhor para você. Eu seguro a onda." "Quer fazer intercâmbio fora do país? Ok." "Quer fazer uma cirurgia, tudo bem."
E sempre foi assim. E mesmo que não vivamos um romance de conto de fadas e mesmo que eu nunca ganhe flores, é essa liberdade que me faz amar tanto esse homem. Afinal, sem regras, sem formalidades, sem rotina, vivemos momentos em que somos dois, outros em que somos um e outros ainda em que somos três, quatro. Sempre com muita LIBERDADE, só guiados pelo amor que sentimos um pelo outro.
A pergunta de um terapeuta me fez descobrir o que na verdade sempre soube. Apesar de muitas vezes ficar contrariada, de pensar em desistir e até de achar que poderia ter uma vida diferente com outra pessoa, tenho a certeza de que não vivi um dia nesses 21 anos em que não tivesse amado muito o meu marido. Mesmo nos momentos em que tive ódio, amei perdidamente. E sei que sempre vou amar, mesmo se um dia o amor acabar.
Demorou, mas agora estou convencida de que sinto um amor incondicional (sempre relutei em reconhecer isso). Vivo um amor apaixonado, que me deixa ansiosa quando é hora de ele chegar do trabalho (ou mesmo do futebol). Vivo uma paixão que ora me faz agir como criança, ora como bruxa; que me deixa com vergonha de falar um "eu te amo", porque é uma verdade pesada demais para quem não aprendeu muito bem a amar e ser amada; que me deixa completamente entregue, em êxtase, quando estamos só nos dois, juntos. Ah... porque é amor o que realmente fazemos quando estamos bem juntos.
Há 21 anos, muito crianças, sem ter a menor noção do que seria tudo isso, começamos a fazer uma vida juntos e depois de um tempo, uma família. Nunca acreditei que daria certo, mas tem dado certo até demais.
Foram muitas cabeçadas, aliás ainda damos várias, brigamos muito, fazemos as pazes e brigamos de novo. Mas, como é gostoso, como é bom viver isso tudo!
É bom reclamar num dia e em outro passar um tempão pensando na noite que foi tão boa, nos beijos, nos corpos tão juntos, tão quentes, tão perfeitos um pro outro. É bom esbravejar e depois de vomitar tudo de ruim que tinha na mente, sentir aquela vontade louca de abraçar e pedir desculpas.
Vivo um casamento maduro, livre das aparências, livre da rotina. Um casamento que segue firme e forte, bem preso a um grande amor. Um casamento que hoje faz 21 anos.
2 comentários:
três letras e um ponto: uau!
Amei sua maneira franca ao relatar algo tão íntimo.
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